terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fotografia como recurso narrativo.

"...o vídeo e o cinema apresentam uma dinâmica discursiva própria da fluência natural da fala, possibilitando uma articulação do discurso, de forma similar à articulação das idéias de um texto escrito, ou ao desenrolar de uma ação no tempo. Já a fotografia teria uma discursividade puramente imagética, que estaria restrita aos elementos de composição da imagem fotografada, isto é, uma discursividade interna, centrípeta, que materializa a espacialidade e presentifica o tempo.
Assim, apesar de seu potencial em captar os múltiplos planos da realidade visível, inclusive alguns mais "abstratos", cabe aqui fazer uma observação quanto à limitação da fotografia, pois enquanto a imagem sonora em movimento poderia mais facilmente autoexplicar-se e induzir uma interpretação, a fotografia isolada, por mais rica em aspectos visuais e simbólicos, dificilmente consegue propor uma explicação ou uma interpretação. A fotografia tende sempre a ficar no limite da constatação, no caso de uma questão ou característica socioetnográfica. Vai ser o "olhar" do pesquisador que vai identificar nela a problemática socioantropológica. Sem isso, as fotografias parecem produzir apenas descrições rasas. "

Do texto "A fotografia como recurso narrativo: problemas sobre a apropriação da imagem enquanto mensagem antropológica".


Será?

Um comentário:

Diogo F disse...

Faz bastante sentido.