sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Inusitado 2 (histórias de ontem)

Hoje cedo fui à Pinacoteca ver uma outra exposição de fotografia. Sim, dessa eu gostei bastante. Depois, almocei um beirute de picanha defumada por lá, na companhia de uma amiga e seu marido.

Até aí, tudo normal.

Fui até a Estação Vergueiro, porque tinha consulta médica ali perto hoje à tarde. Quando cheguei lá, não achei o prédio que eu precisava ir. Então, pedi informação, e o rapaz disse:

_ Você vai ao médico?
_ Sim.
_ Acho que é aquele portão ali.

E fui. Quando entrei, meio sorrindo, esbaforida, mulambenta de mochila, percebi que tinha entrado no lugar errado, pois saí no meio de um funeral... E minha consulta não era ali, claro... Disfarcei, saí, pedi informação novamente e descobri que eu estava na rua errada.

Bom, saindo da consulta, resolvi ir ao Centro Cultural SP. No caminho, me perdi de novo, mas dessa vez nada grave. Quando cheguei, finalmente, fui à lanchonete pedir uma Coca-Cola. Mas mudei de idéia e pedi um chá quente. Quando, de repente, o rapaz ao meu lado diz:

_ Você pegou um chazinho?
_ Sim.
_ É de graça?
_ Gostaria que fosse.
_ Que sabor você escolheu?
_ Nem sei, chama "pomar". Pode ter qualquer coisa dentro.
_ Sabe que essa coisa de sabor e cheiro me traz lembranças.
_ É mesmo?

E enfim, acabei num papo de sinestesia e memória olfativa com um desconhecido.

_ Até logo, foi um prazer.

Sentei num banquinho, fora da lanchonete, mas dentro do centro cultural, e comecei a fotografar um ônibus-biblioteca que estava estacionado ali perto. Quando, de repente, senta ao meu lado um senhor de aproximadamente 60 anos, com um "aspecto de filme antigo", vestindo um chapéu interessante, paletó e cachecol xadrez, e diz:

_ Você é fotógrafa? Não sabe, acabei de comprar uma câmera fotográfica.

Pensei que era mentira, mas quando olho pras mãos dele, ele estava realmente segurando uma caixa com a câmera recém-comprada. E aí, bem, ele me perguntou umas coisas sobre foco, contou uma história de quando esteve em Nova Iorque, e aí fez uma ligação, na qual começou a brigar com uma mulher por causa de um caminhão que, ao que parecia, não o deixava dormir à noite.

Levantei, e fui conversar com a moça do ônibus-biblioteca.

E bom, agora, na verdade, estou aqui, registrando essa história num papel amassado, o único que eu tinha, para depois passar isso pro blog. Continuo no Centro Cultural, esperando começar o show de uma conhecida, cujo ingresso custarará apenas R$ 1,00. Mas ainda falta uma hora para o show começar...

Acaba de passar um senhor me oferecendo um método americano de leitura rápida...

Está bastante frio, será que tomo outro chá?

2 comentários:

Vanessa Fort disse...

hahahaha!

Má, o foda é que quem não quer contar histórias sempre as conta muito bem...

Eu não sou mãe, mas cuido muito bem dos meus sobrinhos (exemplo tosquérrimo...)

Só queria dizer que as histórias são engraçadas que nem a contadora e a "vivedora" delas.

besos!

Diogo F disse...

Haha que relato mais sem pé nem cabeça! Como eu sempre digo [passei a dizer]: realidade > ficção.